domingo, 30 de outubro de 2011



VILA RICA

O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre;
Sangram, em laivos de ouro, as minas, que a ambição
Na torturada entranha abriu da terra nobre
E cada cicatriz brilha como um brasão.
O ângelus plange ao longe em doloroso dobre.
O último ouro do sol morre na cerração.
E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre,
O crepúsculo cai como uma extrema-unção.
Agora, para além do cerro, o céu parece
Feito de um ouro ancião que o tempo enegreceu...
A neblina, roçando o chão, cicia, em prece,
Como uma procissão espectral que se move...
Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu...
Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove.
                                                                             Olavo Bilac

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Meus jardins.


Eu construí um mundo dentro de mim plantei flores, fiz jardins construí teatros amores, tive certeza de que dentro deste mundo não precisava mais de ti eu me enganei meu mundo não precisa de flores, jardins nem teatros meu mundo precisa de você.


Pintura  monet
Texto original madrugada blues 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Nostalgia



Hoje eu senti saudade da época em que as casas da minha rua não tinham muros e que brincar de esconde esconde era sem perigo, senti falta de correr sem se preocupar com o tempo com os riscos, e que essa chuva  trouxe uma certa nostalgia uma falta do passado, senti falta até da escola de correr em baixo dos pingos das goteiras, pular em poça de agua chegar em casa todo molhado, senti receio pensando será que chegou que eu tanto temia, estou ficando velho demais para as brincadeiras de criança e adulto demais para as responsabilidades, senti saudade da minha adolescência época em que eu somente pensava em me divertir sem medos senti falta de sentar no tapete da sala com uma turma ouvindo musica e ficar ali sonhado e imaginando como seria o futuro em nossas vidas, no outono Belo Horizonte tem cheiro de boas lembranças . hoje eu percebi que a linhas que separam o tempo e o amadurecimento e a saudade.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

AINDA LEMBRO



AINDA LEMBRO

SER FELIZ! JÁ FUI UM DIA
NÃO SABIA, E PERDI
TUDO SE FOI ATÉ VOCÊ
PROMETEU CARTAS
MAS NUNCA CHEGARAM
PROMETEU VOLTAR
MAS NUNCA VOLTOU
EU FIQUEI AQUI
DENTRO DO QUARTO.
DENTRO DO PEITO.
SOMENTE TRISTEZA
EU FIQUEI COM OS AMIGOS
COM A DOR DA MALDADE
QUE E PERDER UM AMOR.
E AINDA ESPERANDO.

Quadro de cândido portinari texto original do blog.